20 novembro 2009

Cortes na publicidade em jornais hostis a Sócrates

Uma reportagem da revista “Sábado”, afirmando que o Estado, as empresas com capital público e as que têm dirigentes conotados com o Partido Socialista, cortaram publicidade em jornais que publicaram escândalos envolvendo o primeiro-ministro, José Sócrates, criou nova polémica política. Bloco de Esquerda, PSD e CDS-PP já exigiram explicações.

O Luís Campos Ferreira, deputado do PSD, exigiu a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), enquanto o CDS-PP vai requerer a presença deste organismo na Assembleia da República, para analisar o porquê de os grandes perdedores da publicidade estatal em 2008 e 2009 terem sido os jornais que publicaram algumas das primeiras notícias sobre escândalos envolvendo Sócrates: o ‘Independente’, que noticou o caso Freeport antes das primeira eleições ganhas pelo líder do PS, o ‘Sol’, que publicou algumas das primeiras notícias da nova ronda do caso Freeport, e o ‘Público’, que trouxe para a praça pública as dúvidas sobre a licenciatura de Sócrates e as obras na Guarda assinadas pelo socialista, apesar de não ter sido o autor.

À ‘Sábado’, o director do jornal ‘Sol’, José António Saraiva, afirmou: “Uma pessoa do círculo próximo do primeiro-ministro e que conhecia muito bem a situação do jornal e a nossa relação com o banco BCP disse-nos que os nossos problemas ficariam resolvidos se não publicássemos a segunda notícia do Freeport”. O dossier do ‘Sol’ estava nas mãos de Armando Vara, vice-presidente do BCP que terá sido escutado pela Polícia Judiciária a discutir telefonicamente, com Sócrates, vários negócios relacionados com a comunicação social.

“Esta denúncia e este testemunho do director do jornal ‘Sol’, que diz claramente que recebeu um telefonema de fontes próximas do primeiro-ministro que se não publicasse mais notícias do caso Freeport haveria um banco que resolveria todos os problemas económicos do jornal Sol, é mais uma vez a prova de que meios de comunicação frágeis do ponto de vista económico são mais vulneráveis ao poder político”, declarou Luís Campos Ferreira.

Nós exigimos que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, em tempo útil, de forma cabal e eficaz, diga ao país o que se passa concretamente na relação entre alguns meios de comunicação social e o gabinete do primeiro-ministro”, afirmou.


O esclarecimento “é fundamental para todos vivermos mais descansados e termos a certeza de que vivemos num Estado de Direito democrático”, defendeu.

Noticia na integra aqui.

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