28 junho 2010

Produtividade, Motivação e Planeamento

Duas deputadas do Partido Socialista na Assembleia da República “descobriram” a causa dos problemas de produtividade do país. Os feriados.
Apresentaram um projecto de resolução que aventa o corte de quatro feriados nacionais e a criação de um novo. Sugerem, entre outros, para o fim do 5 de Outubro, dia da Implantação da República, que este ano celebra o primeiro centenário.
A proposta das deputadas socialistas Teresa Venda e Rosário Carneiro, visa eliminar dois feriados civis e dois religiosos. No ensaio da proposta, além do 5 de Outubro, são eliminados o 1 de Dezembro, dia da Restauração, o Corpo de Deus e o de Todos os Santos (1 de Novembro).
As deputadas sugerem também que se colem feriados aos fins-de-semana que se lhes seguem, para acabar com pontes, com excepção para o Natal e Ano Novo. Também é proposta a criação do feriado de 26 de Dezembro, Dia da Família. Resumindo, de 14 passaríamos a ter 11 feriados.
Dos actuais 27 Estados membros, Portugal ocupa o sétimo lugar da lista dos países que gozam mais dias de férias e feriados (39 dias). O primeiro lugar pertence à Suécia, onde cada trabalhador tem direito a gozar 42 dias anuais, em contraste com a Estónia, com apenas 26 dias de descanso.
Há profundas diferenças na atribuição de dias de férias, feriados e tempo de trabalho anual na União Europeia (UE), revela o Observatório Europeu das Relações Laborais (EIRO).

Entendem as senhoras deputadas que diminuindo o número de feriados e alterando o seu dia de celebração para eliminar pontes, se aumentará a produtividade. Mas a produtividade não cresce por se trabalhar mais.
A produtividade pode ser definida como a quantidade de bens e serviços que um trabalhador produz num determinado período de tempo. O que interessa é a rentabilidade do tempo de trabalho. Produzir mais, trabalhando menos.
Por exemplo se houver um aumento de 10 dias de trabalho num ano (que não é o caso), isso equivale a aumentar o período de trabalho em 20 minutos por dia, ou a diminuir esse tempo nos intervalos.
São medidas destas que precisamos?
Esta proposta na minha opinião peca por não ter impactos económicos, além de prejudicar os sectores que beneficiam com as pausas, restauração, comércio, etc., e é uma proposta que se reveste de algum ridículo ao querer que se celebrem os feriados fora do dia consagrado. Alguém se vê a comemorar o 25 de Abril, a 23, 24, 26 ou 27 de Abril? E o Primeiro de Maio, festejado a 30 de Abril ou a 2 de Maio? Enfim, não faltam exemplos.
Por outro lado, o desaparecimento do 5 de Outubro, até parece castigo por ter atingido o centenário e para mim é confrangedor que duas deputadas eleitas pelo PS mas oriundas de movimentos católicos defenderem o desaparecimento do feriado de Todos os Santos, este até podia não ter dia fixo, mas desaparecer, quando é um dia importante para as famílias e também porque é o dia consagrado a todos os santos que não têm celebração durante o ano. Esta é caso para dizer “não lembraria ao diabo.”
Não me admiro se qualquer dia quiserem também que celebremos o nosso aniversário apenas e só se calhar ao fim de semana.
Sobre o dia da família, a 26 de Dezembro, acho muito bem que seja celebrado e até realçado, mas sem necessidade de ser feriado. Basta que se promova a família, sua construção e proliferação, mas com o que ultimamente se tem passado, não sei não…
Mas voltando à questão da produtividade, é pena que na Assembleia da República não se lembrem é de atacar interesses instalados, cortar em benesses exageradas, diminuir a despesa pública e sobretudo combater a burocracia e excesso de serviços e institutos públicos que se sobrepõe.
Mas aumentar a nossa produtividade não é só e apenas função do Estado, também os cidadãos e os empresários devem ter como objectivo produzir mais, melhor e em menos tempo.
Muita gente esquece-se ou desconhece que grande parte das pontes gozadas, são descontadas em dias de férias, nas organizações onde existe um efectivo controlo e planeamento, pois assim aumentam-se os períodos de descanso, mas sem grandes interrupções ou quebras de produção.
Um exemplo que acho muito bom, é o de algumas empresas da nossa região, que entendem que o descanso é importante e para tal promovem várias pausas durante o ano. Concedendo mais dias de férias? Não.
Através do aumento em uma hora, hora e meia diária de trabalho, o que depois origina mais horas para descontar em dias de férias. Política idêntica têm seguido algumas autarquias quando alargam o período diário de trabalho e depois encerram um dia ou meio por semana. Assim alargam o seu horário de atendimento em certos dias da semana e com a folga, os funcionários podem tratar dos seus assuntos, sem necessidade de pedirem dispensa ou faltar, prejudicando muitas vezes os serviços.
Entendo que uma das nossas grandes carências está na falta de motivação de quem produz. Acho que quer no sector privado, mas também no público, não se aposta (na maioria dos casos) na motivação dos funcionários.
Uma pesquisa realizada no Brasil apurou que 49% dos funcionários das empresas têm medo de dizer o que pensam, incluindo críticas, propostas de mudança, reclamações e ideias. Acredito que em Portugal a percentagem é seguramente superior, fruto de uma forma de estar em que muitas vezes os funcionários são apenas vistos como um factor de produção e não como alguém que pode fazer parte da empresa, sentir-se membro de uma equipa e assim produzir e trabalhar com maior gosto e vontade.
Quantas empresas e organismos públicos relevam verdadeiramente a formação dos seus colaboradores?
Quantos é que promovem actividades extra-laborais de carácter lúdico e/ou desportivo de forma a fortalecer os laços de equipa e companheirismo?
Quantos é que promovem o mérito em detrimento do amiguismo?
Quantos é que valorizam opiniões, propostas e ideias dos colaboradores, por mais simples que sejam as funções que desempenham. Quantos é que criam as condições para tal?
Uma organização onde as pessoas não comuniquem, não arrisquem, não criem, não se desenvolvam, é uma organização que não inova, não evoluirá, no fundo dificilmente alcançará o sucesso.
Além da valorização dos recursos humanos, entendo que outro dos grandes problemas que temos é alguma falta de planeamento e receio de inovar. Por exemplo a nível dos horários de trabalho.
Porquê que quase todos nós trabalhamos durante o mesmo período do dia? Porquê que muitas vezes o comércio e serviços (públicos e privados) apenas funcionam durante o mesmo horário, quase sempre das 9.00 horas da manhã às 18.00 horas da tarde?
Como é que alguém que queira fazer compras ou aceder a um serviço, o pode fazer se o seu horário de trabalho coincide com o horário de funcionamento desse estabelecimento. Tem que aguardar pelas férias, ou então faltar ao serviço.
Acho que aqui podíamos ser um pouco mais vanguardistas e começar a ter horários diferenciados e com essa medida ganhávamos todos, começando desde logo pelo tráfego automóvel. Sim se existem horas de ponta é porque quase todos à mesma hora estamos a conduzir em direcção ou vindos dos locais de trabalho e isso não acontecerá se tivermos horários diferenciados.
Estou certo que assim também se melhorarão as condições de trabalho e lazer de todos.
Tenho a convicção que uma verdadeira aposta nos recursos humanos das empresas e organizações é o segredo para sairmos da crise, motivando e rentabilizando esses recursos que tantas provas de valor apresentam. Se todos sentirmo-nos como parte da solução, os problemas serão resolvidos e demonstraremos cada vez mais as nossas excelentes capacidades de trabalho.

04 junho 2010

A questão da regionalização e do Ordenamento do Território.


Aquando da abordagem do máximo interesse em desenvolver parâmetros concretos de capitalização de recursos favoráveis ao desenvolvimento do Ordenamento do Território, é peremptória a consciencialização da importância da Regionalização como factor base de procedimento.

É correcto afirmar que a Regionalização atrai sérios impactos positivos e negativos. Dependendo da posição e da opinião demarcada por cada um, um dos factores extremamente benéficos é o Ordenamento do Território. O Ordenamento do Território gerido individualmente através de regiões administrativas directamente responsáveis seria alvo de um superior impacto Económico, Ambiental e Social.

O pressuposto do Ordenamento do Território associado à Regionalização é a atracção de novos investimentos por parte das Regiões, significando assim um crescente «individualismo Regional». Este conceito permitirá um maior desenvolvimento das regiões e consequentemente criação do factor laboral.

No contexto Económico, este pressuposto assume toda a vertente positiva. De facto, o que une um Portugal não regionalizado é a busca por soluções equitativas de investimento em prol de um desenvolvimento fundamentalmente sustentável. No contexto jurídico, a situação é deveras mais complexa. Novas formas de aplicação legal deverão ser implementadas, não numa vertente de total organização Nacional, ou seja, a criação de uma legislação comum, mas sim a adopção de regulações próprias para cada Região, adaptadas consoante o seu contexto Económico, Social e Jurídico.

Esta última vertente é francamente importante uma vez que, «aquilo que alguns empresários e autarcas verdadeiramente desejam é viver num mundo perfeito sem outras regras que não as do interesse próprio. Na Suíça, quanto mais baixo é o nível do decisão, mais aportadas são as exigências ambientais aos investidores. Não é isso, porém, o que sucede entre nós. Nos últimos anos, os atropelos à legalidade em matéria do ordenamento do território têm sido uma constante, com resultados visíveis, principalmente, ao longo da costa portuguesa.”, Prof. A. M. Santos. Nabo.

Em tom de conclusão, através desta gestão regional do ordenamento do território, outros tipos de sectores serão francamente afectados, entre eles a gestão eficaz das políticas marítimas e dos recursos costeiros, a mobilidade e transporte, a gestão da água e energia, dentro do âmbito Sócio-Económico e, indiscutivelmente a promoção cultural, dentro do âmbito do desenvolvimento de processos de atracção das regiões.


Um bem Haja,

Marco Dias Rodrigues

02 junho 2010

Jantar Geracional da JSD Distrital foi um Sucesso!

Realizou-se no passado Sábado dia 29 de Maio em Almeirim o I jantar Geracional organizado pela Comissão Política Distrital da JSD de Santarém.
O Salão Moínho de Vento encheu para ver a Homenagem dos actuais Dirigentes da JSD Distrital aos antigos Dirigentes da mesma estrutura, nomes como Octavio Oliveira, Miguel Relvas, Vasco Cunha, Pedro Marques, João Moura, Pedro Reis, Luis Coelho, Vânia Neto entre outros, foram chamados para receberem uma medalha das mãos dos vários Dirigentes que neste momento integram a Comissão Política Distrital.
O Presidente da Comissão Política Distrital João Leite agradeceu o empenho e a dedicação daqueles que ao longo dos anos lideraram a estrutura e terminou dizendo "Esta é a JSD que queremos, com mais força com mais garra com mais juventude, se conseguirmos tudo isto temos um PSD mais forte para enfrentar os desafios do futuro, não podemos pensar no futuro sem honrar o passado..."
A JSD Secção de Santarém marcou presença com 35 elementos, sendo a Concelhia com maior representatividade no evento.
O Presidente da Concelhia Diogo Gomes felicitou a Comissão Política Distrital, não só pela magnitude do evento como pela importância da troca de experiências entre os Ex-Jotas que hoje são altas figuras do PSD Nacional.
O Secretário-Geral da Comissão Política Nacional, António Amaro, além de felicitar o evento referiu "... que a energia desta Comissão Política vai muito para além das fronteiras do Distrito de Santarém..." e que foi com muito gosto e honra que esteve presente no I Jantar Geracional.
Viva a JSD
Viva Santarém