19 março 2009

Os professores

Caros leitores e co-escritores deste blog, recebi um amável convite do Hugo Sampaio para participar neste blog, o qual agradeço, e começando por dizer que me represento apenas a mim próprio, vou, então, dar início a esta participação, esperando trazer algo que valha a pena para pensarmos o nosso país.

Estava a pensar num tema para este post inaugural quando uma notícia do JN me retirou as dúvidas: mais uma agressão numa escola, desta vez a um funcionário. Não sei se já repararam mas as notícias de agressões em escolas, quer a professores, quer a funcionários, por parte de alunos, e mais grave ainda, por parte de familiares seus, não param de atormentar os nossos dias. E digo atormentar porque é algo que deveria fazer soar os sinais de alarme por toda a sociedade.
É certo que o Presidente da República já se referiu a este tema, e não menos certo é que o Procurador-Geral da República prometeu uma actuação célere e determinada por parte da Magistratura do Ministério Público. Mas estas são reacções ex-post e não ex-ante. Além de exigirmos das autoridades públicas que sejam implacáveis na reacção a estes actos, nós, enquanto sociedade, devíamos questionar o que tem levado a um recrudescimento destas infelizes ocorrências.
E, quanto a mim, a resposta não pode deixar de ser senão uma: a perda da autoridade do Estado. Não estou a descobrir a pólvora, bem sei que muitos enchem a boca para falar nela, mas, o que é facto, é que ao longo dos anos a autoridade do Estado se tem vindo a degradar muito. E nota-se nas escolas. E já desconto aqui casos de escolas inseridas em zonas com problemas sociais que justificariam alguns destes actos. Mas creio que não podemos atribuir todas estas notícias a essa causa.
A autoridade do Estado perde-se de muitas maneiras, mas neste caso específico, seguramente que se perde quando altos responsáveis da Administração Pública, a começar pelo Governo, vilipendiam os professores na praça pública, como se se tratassem de um bando de malfeitores, não deixando claro à sociedade que o grau de desenvolvimento dessa mesma sociedade também se vê pelo respeito que presta aos professores. Não se trata aqui de respeito por este ou aquele benefício da carreira, mas sim por aquilo que eles representam para a sociedade.
Um bom professor é a esperança de uma sociedade melhor, é o motor da inovação e do despertar de gerações que um dia vão dar o seu conributo à sociedade, vão construir um país. Muito do que seremos enquanto país no futuro depende dos professores, e das condições que os governantes derem ao sistema de ensino.
Deste modo, e para terminar, além de outros graves problemas que a erosão da autoridade do Estado nos traz (tema a que voltarei mais tarde), este é bem grave e deveria merecer reflexão daqueles que têm responsabilidades no sistema educativo, bem como de todas as famílias, tendo em conta o país que quisermos ser amanhã.

Post scriptum - "Declaração de não-interesses": não sou professor, nem tenho qualquer familiar próximo que o seja.

3 comentários:

Rui Badana disse...

Sê bem vindo à familia PENSARE JOTA!

Espero que gostes da estadia e conto com bons pots teus :D

Hugo Sampaio disse...

Amigo sê muito bem-vindo ao Blog Pensare Jota! Esta é também a tua casa!
Tenho a certeza que o debate, a troca de ideias, opiniões, experiências, propostas ficam claramente a ganhar!
Grande Abraço

Unknown disse...

Obrigado pelas boas-vindas!