14 abril 2009

Última oportunidade para Braga

Durante os últimos 34 anos, se não me falham as contas, Braga foi governada por um homem só, e pela mesma maioria. Dispenso-me aqui de nomear ambos pois todos sabem de quem falo e que partido refiro. Prefiro nomear aquilo que fizeram e o que não fizeram. Porque Braga, pela sua História e pelos seus mais de 17o mil habitantes, merece que esse "deve e haver" seja feito.
Como já disse Ricardo Rio, candidato do PSD à Câmara Municipal, o actual Presidente do Município poderia ter sido o "Marquês de Pombal" de Braga mas, infelizmente, não foi. Podia, porque Braga, durante estes mais de 30 anos, reuniu as condições para a explosão demográfica a que se assistiu, para o enorme crescimento da cidade, que ultrapassou largamente a barreira da velha urbe medieval, para a transfiguração de um concelho. Só que toda essa mudança foi concebida pelo actual Presidente sem visão de futuro, sem um plano ambicioso que fizesse de Braga uma referência a nível nacional e sem que estivessem os melhores na equipa municipal.
Ao invés de se criarem as condições para que nos novos espaços urbanos florescem urbanizações com ruas amplas, largos espaços verdes, construções de qualidade, bons equipamentos públicos e uma ideia de cidade moderna, assistiu-se à criação de espaços urbanos acanhados, toscos, sem o mínimo de estética na sua concepção, locais tristes para se viver. Espaços verdes dignos de nome não existem, vias pedonais e ciclovias não existem, as ruas são estreitas e não há equipamentos públicos que permitam aos habitantes dos novos bairros conviver e criar laços de pertença a uma comunidade.

O Marquês de Pombal construiu uma nova cidade a partir dos escombros do malfadado terramoto de 1755, o ainda edil de Braga, felizmente, não precisou de nenhum terramoto para ter enormes espaços livres onde desenhar uma nova cidade, pena é que tenha optado por um modelo terceiro-mundista.

Podia continuar a falar do caos urbanístico e como isso se reflecte na má ordenação do trânsito rodoviário e na inexistência de transportes públicos que constituam uma alternativa credível, mas prefiro falar da sociedade civil bracarense que existe apesar do edil do partido da rosa.

Apesar do edil rosa há instituições como a Universidade do Minho (e a Universidade Católica) que projectaram o nome da cidade no país e além fronteiras, que fizeram com que largos milhares de pessoas viessem estudar para Braga e depois cá se fixassem, que estiveram na origem da vinda para o nosso concelho importantes instituições, como é exemplo o novo Instituto Ibérico de Nanotecnologia. Há diversas instituições de cariz cultural, social e económico que, apesar do edil rosa, dão uma grande dinâmica à cidade, seja com cursos nas mais variadas áreas, seja com festivais de cinema, seja com a defesa do património histórico.

Digo apesar do edil, porque a Câmara vive de costas voltadas, sempre viveu, para estas instituições, não deixa de ser verdadeiramente incrível e desconcertante que um executivo municipal desperdice este dinamismo da sociedade civil, que não trabalhe de perto com estas instituições, para assim contribuir para o bem estar dos bracarenses e para o desenvolvimento da cidade.
Ainda haveria muito que falar, como a constante delapidação do património histórico de uma cidade que foi capital de uma região romana e capital de um reino pós-romano, como o turismo que não tem uma ideia de rumo, como as obras eleitoralistas e megalómanas, como as mesmas promessas se repetem em anos eleitorais, enfim, muita coisa...

Mas quero acabar com a melhor esperança que Braga tem, aquela que para mim é a última oportunidade para Braga arrepiar caminho e mudar completamente este estado de coisas. Essa esperança tem um nome, tem uma face, tem um projecto, tem inteligência, tem juventude, tem identidade e tem visão de futuro. Essa esperança chama-se Ricardo Rio!

Ricardo Rio tem feito um trabalho notável no seu projecto autárquico, na definição daquilo que quer para a cidade, de rejeição do que está estafado e apodrecido. Ricardo Rio já demonstrou à saciedade, enquanto líder de oposição, que tem, e terá enquanto presidente da câmara, uma postura completamente diferente do executivo actual: não concebe a democracia como uma coutada só de alguns, vai ao encontro da sociedade civil, rodeia-se dos melhores, estuda as questões, não promete obras megalómanas, sabe que a cidade precisa desesperadamente de uma ideia nova, de uma alma renovada, e já demonstrou cabalmente que está à altura de tão importante e decisiva responsabilidade.

Nas próximas autárquicas, em Braga, é isso que estará em jogo: a continuação de um modelo gasto, bafiento, decrépito, que envergonha a cidade, ou a renovação, uma alma renovada, feita de visão, de sabedoria, de arrojo e de inteligência, que permitam que Braga ocupe o lugar que merece a nível nacional. Ricardo Rio corporiza, sem margem para dúvidas, essa nova esperança para Braga.

E a julgar por uma recente (mas já não é a primeira) sondagem publicada pelo Diário do Minho e pela Rádio Universitária do Minho, os bracarenses estão em sintonia com Ricardo Rio e o PSD aqui.

1 comentários:

João Carvalho disse...

Boa sorte em Braga. Nunca como desta vez o PSD teve tantas hipóteses de vitória e só isso já atesta do bom trabalho do PSD local. Já que não vai ser possivel ganhar Guimarães ao menos que se acabe com um regime "duvidoso" (para não dizer mais)em Braga.