29 julho 2009

Para-quedistas


Numa altura em que todos os partidos com assento parlamentar, com excepção do PSD, já finalizaram as suas listas concorrentes às eleições legislativas creio que os nossos conselheiros nacionais deviam estar atentos a um mal que se repete eleição legislativa após eleição legislativa: o dos para-quedistas.

Com o argumento do enriquecer das listas todas as eleições são distribuídos pelos diversos círculos eleitorais um conjunto de excedentes do aparelho de Lisboa, que frequentam o distrito pelo que são candidatos durante o período da campanha para depois , uma vez eleitos, não mais serem vistos por essas terras durante os seguintes anos (salvo raríssimas excepções).

Se uma situação dessas já é lamentável em círculos eleitorais como Braga, Setúbal, Aveiro, Santarém ou Coimbra, em que apesar de tudo ainda se consegue eleger gente da terra, ainda mais penalizadora o é nos círculos eleitorais do Alentejo, Castelo Branco, Guarda, Vila Real, Bragança ou Viana do Castelo, onde não bastando o reduzido nº de deputados que elegem ainda se vêm acariciados com uma prenda de Lisboa que não verão mais durante os seguintes anos, o que deixa o distrito sem representação aceitável.

Creio que este ano, mais do que nunca, a tolerância dos eleitores para esses para-quedistas é, felizmente, mais reduzida do que nunca e que quem recorrer a esses expedientes irá ser penalizado nas urnas. Esperemos que o PSD saiba resistir a essas tentações.

Senão, coloquem também para-quedistas na lista de Lisboa.

PS(D): olhando por alto para as listas dos outros partidos verificamos que pelo menos 2 deles, PS e CDS, não tiveram problemas em recorrer a esse expediente. Então o PS é uma coisa por demais. Foi um distribuir de amigos indiscriminadamente pelo pais fora que apenas envergonha o partido e prejudica as populações locais (como se eles quisessem saber disso).

Senão perguntem aos eleitores da Guarda o que é que Francisco Assis tem a ver com o distrito para ser seu cabeça-de-lista. Ou Maria de Belém com Aveiro, ou Miguel Vale de Almeida com Coimbra (distrito para onde supostamente foi convidada a lisboeta Joana Amaral Dias).

Ou no caso do CDS, o que liga os alfacinhas Ribeiro e Castro e João Almeida a , respectivamente, Porto e Braga de que são cabeças-de-lista?

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