04 janeiro 2010

Casamento homossexual, fracturas e igualdades

Entrou para a ordem do dia mais um tema "fracturante": Legalização dos casamentos homossexuais.

Vamos abstrair-mo-nos de dois factos. Primeiro, que o tema é lançado por puro jogo político - é mais interessante discutir o casamento "gay" do que o estado deplorável do nosso Estado - e segundo, que é preciso algum cuidado quando se lançam estes temas. Estamos numa altura, na história do país, em que se precisa de um país únido para os desafios que se avizinham. Fracturar a sociedade com esta discussão poderá não ser o melhor...

E, entrando um pouco a pés juntos... sou contra. "Mas tu votaste a favor do Aborto, como podes ser contra os casamentos homossexuais?", perguntará quem me conhece pessoalmente. Eu não votei a favor do aborto, votei contra o direito do Estado de legislar sobre essa matéria, uma matéria que é da responsabilidade ética e moral dos pais, em especial da Mãe. A minha questão com o Casamento Homossexual é diferente no entanto.

O Casamento é uma instituição pré-Estado e extra-Estado, em primeiro lugar! Nasce muito antes de nós, ocidentais, termos Estados centralizados e organizados com leis codificadas. É uma instituição definida pela sociedade, enquanto "corpo", e, por maioria de razão, só deveria ser por esta alterado, e não pela "conveniente" mão do Estado. Mas este nem é o meu maior problema. O meu maior problema é a principal argumentação a favor: Somos uma República Democrática com igualdade de direitos e ninguém pode ser descriminado pela sua orientação sexual.

Isto é um argumento perigoso. Muito perigoso. Porque, se eu admito legalizar o casamento homossexual com base nesse argumento, i.e., o casamento é uma união entre duas pessoas que se amam, independentemente do seu sexo, o que me impede de legalizar, por consequência lógica, a poligamia e o incesto?

Antes de me acusarem de "gajo de direita radical" - sou Liberal Conservador, mas não sou Católico, por isso dispensem o argumento "A culpa é da Igreja" - pensem um pouco no argumento: duas pessoas com laços de consanguinidade estão proíbidas de se casarem. Porquê? Porque a sua prole herdará uma "base genética" que poderá revelar-se anómala. Estamos a descriminar? Bem, em abono da verdade, sim. Estamos a descriminar duas pessoas que se amam. Também estamos a proibir este tipo de casamento com base na consequência e objectivo desse acto - criação de familia. Devemos legaliza-lo? Não! É um facto: familias que partilham a mesma base genética, fruto de casamentos consanguineos, são propensas a anomalias e doenças genéticas.

"Isso não tem nada a ver com casamento homossexual". Não? O argumento é o mesmo: não descriminação por orientação sexual. Se duas pessoas do mesmo sexo se amam, devem poder casar. Se dois irmãos se amam, devem poder casar. Vêem como foi simples? Aceitar o Casamento Homossexual, e a consequente destruição da instituição tradicional do casamento, é aceitar um mar de novas excepções. Incesto por um lado, Poligamia pelo outro. Excepções que eu não estou preparado, nem tenho qualquer intenção, de fazer.

Há alturas em que a igualdade não se aplica. Trate-se de modo diferente o que é diferente. Um filho de um casal homossexual terá uma infância normal? Peço desculpa a todos os homossexuais que possam ler isto: não. É psicologia 101. Nós temos como ideal do que queremos ser, um dos progenitores, e como ideal do que queremos "ter"/amar o outro progenitor. E, homossexualidade não é um comportamento típico do Homem, enquanto especie: apenas 2% da população mundial é homossexual. Tal como é Biologia 101 que é mau ter dois irmãos a ter filhos. Desgasta a base genética, e produz doenças hereditárias.

Por isso trate-se de forma diferente o que é diferente, sff!

PS(D): E já que estamos a falar da questão do Casamento Homossexual, eventualmente vamos cair na necessidade do "Referendo". Discordo! Estava no programa eleitoral do Partido Socialista, e era claro que nem água. Era alias uma das principais bandeiras eleitorais. Votaram... agora, cabe ao parlamento, ao qual o povo português decidiu entregar uma maioria parlamentar à esquerda (leia-se, PCP+PS+BE, que neste tópico votarão em conjunto) entender-se. Referendo é desvirtuar o voto e desresponsabilizar o votante!

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