13 janeiro 2009

Ele está atento!

"O PSD não é o problema de Portugal. O problema de Portugal é o sr. Sócrates"

Desta maneira brilhante começou uma excelente entrevista de Alberto João Jardim a Mário Crespo na SIC. No seu estilo bem disposto ("Quem é o Passos Coelho? Á ; é o rapaz lançado pelo Ângelo Correia..."), Jardim não deixou de passar por assuntos de enorme importância, quer para o país, quer para o partido.

Quanto ao país destaco três pontos: a maneira vergonhosa como este governo colocando interesses partidários acima de interesses de uma franja dos Portugueses prejudica ostensivamente a Madeira e os madeirenses, aumentando o desemprego e dificuldades económicas a uma região que custou tanto a trazer para índices de desenvolvimento dos mais elevados do país.

Depois o apelo aos cidadãos do interior (Trás-os-montes; beiras; Alentejo; Algarve) para que lutem pela descentralização de poderes (regionalização). Eu permito-me acrescentar que não é só uma luta do interior, é uma luta de todo um país prejudicado por décadas de centralismo vergonhoso.

Em terceiro, uma nova constituição. Estou totalmente de acordo, mas Deus me livre de ter os actuais protagonistas políticos a negociarem uma nova constituição. Já têm, graças á sua incompetência, "estragado" reformas de importância bem menor.

Agora os recados internos, sobretudo o célebre prazo dado à presidente do PSD para avaliar se pode ou não derrotar José Sócrates. Numa coisa estou de acordo com AJJ: MFL é uma mulher séria e competente. Noutra também estou de acordo, o PSD não pode ir a eleições para perder por poucos ou empatar. A necessidade do País de se ver livre deste PS não se compadece com estratégias politicas deste ou daquele grupo. Quem dirige o PSD com espírito resignado e conformado (não é o caso de MFL, mas sim de muitos que com ela estão) ou quem de fora está á espera do descalabro e se recusa a agir por questões de timing politico ou agendas pessoais, não merece dirigir este grande partido.

Estou confiante que MFL tomará a posição correcta, que saberá ler as sondagens e o espírito dos militantes. Porque como bem alertou AJJ, as pessoas cada vez menos se identificam com os partidos. E a maioria dos actuais protagonistas que hoje estão na 1ª linha de combate dos dois principais partidos políticos mais não fazem que acentuar esse afastamento. E depois é com horror que vemos nas sondagens o BE a valer quase metade do que vale o PSD.

Alberto João Jardim dificilmente será alguma vez líder do PSD, mas pobre do partido que ignore os avisos de tão importante militante (que como o próprio referiu, já ganhou "mais de 40 eleições").

4 comentários:

Rui Badana disse...

Em grande, gostei imenso da entrevista!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Considero o Dr. Alberto João Jardim mais um iluminado que, hipoteticamente, tem a solução para todos os problemas a nível Nacional.

Não o considerando um mau político sou da opinião que, neste momento e dadas as circunstâncias, não é o candidato ideal para fazer oposição a Sócrates.

Um bem Haja,

Marco Rodrigues.

João Carvalho disse...

Caro Rui;
foi de facto uma excelente entrevista. Espero que o programa do Mário Crespo vingue, porque programas de entrevistas independentes e, horário nobre é algo que este paìs bem precisa.
Caro Marco;
num partido em que tantos fazem carreira em ditar leis e opiniões sobre a carreira de outros e rumos para o PSD e o país, sem possuirem qualquer curriculo para tal (ex: Pacheco Pereira), não me parece que possamos criticar que um militante com tantos anos de governação e com muita obra para falar por ele possa ser sençurado por ter opinião. Se AJJ é um iluminado, o que serão Pacheco ou Marcelo? A obra de Jardim fala por ele, as mais de 40 vitorias eleitorias (com 65% nas ultimas eleições) falam por ele. Pobre do partido em que não se leve a sério um militante deste. Podes não gostar do estilo, mas que ele tem razão no que diz, isso é inegavel.
Tambem não é o meu lider ideal, mas teria menos dificuldade em seguilo do que á lider que vou apoiar nas proximas legislativas.